sexta-feira, 14 de outubro de 2011

FARRA DA UTILIDADE PUBLICA

Os amigos que acessam este modesto site e acompanham a novela sobre o Aeroporto na Vila Oliva sabem da existência de Inquérito Civil Público no MPF. Vários elementos de análise devem ser observados na área jurídica. Entre tantos, já postados aqui mesmo, lancei um desafio aos chamados "empreendedores" a partir de uma nova petição na tentativa de impedir tal obra.
Estou desafiando publicamente todos os empresários e políticos de Caxias do Sul, embalados sob o visionário e emblemático título de "empreendedores" para que que se unam e comprem a área onde pretendem o novo aeroporto. Entendo que na diretoria da Câmara de Indústria e Comércio, na Câmara de Vereadores, na Prefeitura Municipal, na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados, existam alguns que têm condições suficientes para comprar 430 hectares na área rural, interior do Município, cerca de 50 kms distantes do centro da cidade. Muitos deles já copraram áreas muito maiores para empreendimentos imobiliarios ou para instalações de fábricas e até mesmo para "lazer" ou aumentar o patrimônio familiar.
Comprem então a área, se o aeroporto é tão fundamental para o desenvolvimento da região. Depois, revendam para o Município com o título de "indenização" pois serão desapropriados por um simples canetaço do Prefeito ao editar um Decreto declarando aquela área de utilidade pública. Se quiserem aproveitar a inteligência de profissionais, professores ou alunos dos cursos de Administração, Economia, Engenharia, etc formem um consórcio de empresas para todo o investimento. Após,vendam ações a todas as pessoas que entendem que o aeroporto é um produto de primeira necessidade e que atingirá o conceito de "interesse coletivo".
Por que não compram ou não formulem um projeto para a execução da obra a partir de um consórcio privado e que seja um exemplo de empreendendorismo sem depender de dinheiro público? Quem sabe, admito, o projeto pode ser financiado por bancos privados e públicos (BNDES). E tudo dentro da legalidade, da ética e da técnica. Num momento em que toda a nação discute os privilégios de parte do setor privado associado a parte podre do setor público seria uma ótima oportunidade de apresentar novos conceitos, modernos e adaptados à sustentabilidade e biodiversidade...
Por que não fazem isto? Simples. Porque os proprietários que ocupam área de modo produtivo e tem sua renda familiar com o trabalho na terra não querem vender. Lógico que os "empreendedores" querem forçar o Prefeito a assinar o decreto para terem um "manto protetor" que encobrirá as ilegalidades e falcatruas que certamente existirá por baixo dos panos. E uma delas é o descumprimento de todo o ordenamento jurídico nacional que será rasgado com o apoio de muita gente inocente e ingênua que vota em políticos que não tem nenhuma preocupação com o patrimônio ambiental e cultural de nossa gente. Um decreto que esconderá, inclusive, muitos traços de racismo e xenofobia pois o grande acervo de sítios arqueológicos daquela área é de uma cultura que diz respeito aos negros, indígenas e seus descendentes mestiços e "pelos-duros" que verão vestígios de sua cultura totalmente destruído por que nem mesmo o Secretário de Cultura não soube e ou não quer preservar... Anexo texto do último requerimento feito ao MPF.

Retirado do site de Luiz Antônio Alves

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Compre Bem e Barato