domingo, 18 de outubro de 2009

Tudo o que você sempre quis saber sobre Linux, mas não sabia onde procurar.

Por que Linux é melhor para a humanidade?

Primeiro de tudo vou deixar claro que NÃO É IDEOLOGIA, pelo menos não a ideologia pejorativa pós-napoleônica, mas sim, talvez, ideologia como ciência, a ciência das ideias, quem sabe. De qualquer maneira é sim uma ideia estruturada, um modelo de negócio que beneficia a iniciativa privada, o empreendedorismo, a concorrência, os consumidores e gera uma gama de benefícios para todos, em todas as esferas.
Depois, como é a situação atual no mercado de PCs? Monopólio. Sim, monopólio, o mesmo monopólio que é estudado há décadas e já provado que é prejudicial para o sistema econômico e para os consumidores. Isso que é preciso entender.

Mas a primeira atitude é, então, conhecer o quão ruim é a situação atual. Depois é preciso pensar o motivo que leva muitos a defenderem a permanência da situação atual. É de se estranhar realmente como alguém defende a permanência de uma única mega-empresa no desenvolvimento e distribuição de algo vital para todos, o sistema operacional de um computador. No entanto isso existe e são milhares que defendem a atual situação calamitosa.
É preciso saber que esse monopólio somente traz prejuízo para todos e beneficia unicamente a corporação dominante (é provado, não há o que discutir).
Agora, por que é prejudicial a dominação de uma única empresa para todos nós se eu sou consumidor e não empresário concorrente? Simples:

  • Inovações freadas e ineficiência – é provado que com a dominação maciça de uma mega-empresa lentifica, quando não cessa, o caminho das inovações. Quer um exemplo da própria Microsoft? O Internet Explorer.
    A Microsoft colocou o navegador pré-instalado, com isso dominou o mercado de navegadores. Com a dominação o Internet Explorer parou no tempo. A Microsoft acabou com a equipe de desenvolvimento deixando apenas 6 pessoas para fazer remendos na segurança (só porque houve pressão pois o objetivo inicial era deixar o IE jogado). O Internet Explorer só começou a evoluir quando o Mozilla Firefox começou a fazer sucesso. Quem ganhou com a concorrência? Nós. [1]
    O livro Economia [2], de de Paul e Ronald Wonnacott e Yeda e Carlos Crusius, dá o veredito, e expressa que o monopólio produz muito pouco, há ineficiência técnica e há um grande desperdício de recursos.

  • Aumento de preços – é provado que quando há monopólio os preços são taxados nas alturas.
    Outro exemplo citando a Microsoft. Quando não existia o OpenOffice (BrOffice no Brasil), o pacote de escritório grátis e de código aberto da Sun, a versão mais barata no Microsoft Office, voltada pra estudantes, passava de R$800! [3], outras passavam de R$1000, ou você pagava o que eles queriam ou comprava pirata e incentivava o crime organizado. [4]
    E para complementar, o economista Alfred Eichner, em seu livro The Megacorp Oligopoly, descreveu um modelo de definição de preços em um mercado em situações de oligopólio e monopólio, exatamente o cenário que vemos no ambiente doméstico de PC, onde uma única empresa domina 90% do mercado.
    Para Eichner, um uma indústria oligopolizada/monopolizada, o preço pode ser representado por: P = custo variável médio + (custo fixo + margem)/quantidade.
    Os custos variáveis médios na industria do software estão concetrado na mão-de-obra. Os custos fixos estão incluido remunerações da gerência e dividendos pagos aos acionistas. Uma característica notória das empresas monopolistas é a separação entre propriedade e direção, o que faz a direção remunerar muito bem os donos do capital para a manutenção desta posição.
    A quantidade é a capacidade produtiva pelo percentual da capacidade instalada. Na indústria do software essa variável pode ser ignorada pois o setor não precisa de linhas de produção física como uma indústria mecânica nem estoque.
    Por fim, o importante nesse modelo é que a margem é predefinida pela empresa líder, de acordo com suas necessidades de investimento em capital fixo, pesquisa, desenvolvimento e propaganda, ou seja, nesse modelo monopolista a própria empresa define os preços a partir de seus custo e da margem pretendida, que tende a crescer a cada ano fiscal. [5]
    E por último, como diz no livro Economia [2], no monopólio, "a empresa monopolista pode aumentar o preço sem receio de concorrência [...]. Os consumidores deste produto estão à mercê desta empresa".

    • Política de lobby e poder de mercado – é provado que a empresa que possui grande parte do mercado influencia decisões regionais, governamentais e até mundiais, decisões cujo objetivo é garantir mais benefícios para si.
      No congresso há forte pressão para o governo não adotar o OpenOffice e Linux. Como disse Sérgio Amadeu da Silveira, doutor em ciência política e ex-diretor do Instituto Brasileiro de Tecnlogia da Informação (ITI), "o maior problema é a força do lobby que trabalha para as grandes empresas e consegue ter influência dentro do governo [...] Entre as estratégias que os lobistas usam, está a de espalhar dúvidas e gerar temores sobre a aplicação do software livre. Eles pressionam o gestor público e passam a impressão que estão sempre colaborando [...]". [6]
      Na África a empresa de Redmond chegou a tentar métodos anti-éticos, corrupção ativa, para prevalecer seus interesses. O Portal Imprensa noticiou: “Microsoft é acusada de pagar propina na África para frear adoção de sistema Linux”. [7]
      Outro exemplo forte de influência aconteceu com o caso Corel. A Corel, desenvolvedora do famoso CorelDRAW, tinha entrado no mercado Linux. Eles desenvolveram uma distribuição que era tida como uma das mais promissoras. A divisão Linux da Corel tinha um lucro líquido milionário, era responsável por 14% dos lucros totais da empresa. No entanto outras divisões estavam com problemas financeiros. A Microsoft decidiu então ajudar financeiramente a Corel. Depois da ajuda a Corel vendeu sua lucrativa divisão Linux. [8]

    • Excludente – é provado que o detentor do mercado é excludente para várias parcelas da população, os despossuídos, como sempre, são a parte fraca no jogo de interesses, assim como micro e pequenas empresas. A empresa dominante pode fazer tudo já que o consumirdor está dependente dela. No caso de sistemas operacionais podemos citar o caso do lançamento do Vista. Assim que é lançado um sistema novo da Microsoft o anterior logo perde suporte [9], ou seja, o foco fica no novo, o usuário/cliente fica abandonado e quase que obrigado a comprar novamente outro sistema, assim como provavelmente um equipamento novo.
      No lançamento do Vista para ter uma idéia, 50% dos computadores pessoais nos países em desenvolvimento não eram capazes de usar o Vista, do modo mais básico, com interface clássica inclusive (aquela cinza aos moldes do Windows 95). O número aumenta para 94% no caso da versão Premium do sistema. Em resumo, o mundo teve que comprar novos equipamentos. [10]
      Linux, por exemplo, tem opções tanto para equipamentos modernos, equipamentos modestos com muitos anos de uso, quanto para equipamentos com décadas de uso como um 486.

    Como pode ser comprovado, a situação atual do mercado, com uma única gigantesca empresa dominando o mercado doméstico, não é bom para ninguém.
    Linux entra na história sendo a solução para o problema. E os motivos são fáceis de entender. Com Linux o mercado muda completamente. Com Linux há:

    • Convergência no desenvolvimento - Além da Fundação Linux, além de engenheiros de software indepêndentes, de universidades, governos, fundações e grupos, Linux é desenvolvido por mais de 200 empresas, como Red Hat, Novell, IBM, Intel, SGI, Oracle, Google, HP, MIPS, Cisco, Fujitsu, etc, etc, etc. Veja os dados de desenvolvimento (clique_aqui) e os membros da Fundação Linux (clique_aqui).
    • Concorrência - Mesmo inúmeras empresas convergindo para o desenvolvimento do Linux, há muita concorrência. Hoje Red Hat, Novell, Oracle, Madriva, Canonical e outras brigam pelo mercado; assim como IBM, HP, Dell (Dell é membro da Fundação Linux), Cisco, SGI e Fujitsu brigam por outros segmentos. Hámuita concorrência que gera menores preços para o consumidor, melhores serviços e muitas opções de escolha.
    • Mais investimentos, mais empregos e avanço tecnológico - Com concorrência há mais mais investimento com finalidade de vencer as concorrentes. Com mais investimento há mais pesquisas, mais profissionais sendo, consequêntemente, contratados; com mais pesquisas há um maior desenvolvimento tecnológico, e com isso mais ganho de produtividade e mais riquezas sendo geradas.
    • Baixa de preço e aumento de qualidade do Windows - Hoje, devido a dominação do mercado doméstico por um único produto de uma única empresa, os preços desse produto dominante, o Windows, está hipertrofiado ao extremo, chegando a absurdos de R$800 ou mais pela solução com mais recursos.
      Com Linux forte no mercado doméstico, é possível até, devido a concorrência, ter uma grande baixa nos preços de todas as soluções Windows.
    • Independência tecnológica - Com a concorrência há opções de escolha, opções de soluções e de tecnoligia. Com Linux é possível não ficar dependente de soluções de uma única empresa. É possível não ficar dependente das estratégias comerciais de uma única empresa.

    Com isso é possível entender o motivo para que todos queiram o sucesso do Linux. Não faz sentido o contrário. Até mesmo quem, por algum motivo misterioso, não goste do Linux e suas soluções, tem por obrigação própria querer seu sucesso, pois nenhum ser humano racional iria querer os malefícios da atual situação do mercado e não querer os benefícios que o sucesso do Linux pode proporcionar.

    O sistema operacional que detém o monopólio no mercado doméstico além de pertencer a uma única empresa, está sob domínio de uma única empresa privada estrangeira.
    Investimento estrangeiro não é ruim, muito pelo contrário, é bom e necessário para o país, precisamos de investimentos, no entanto a situação é muito (muito, muito!) mais vantajosa se Linux fosse mais forte no mercado doméstico.
    Primeira os investimentos, na situação de mercado dominado por uma única empresa, são limitados, pois não é preciso investir muito já que não há necessidade de conquistar mais espaço no mercado, já que esse já está dominado.
    Depois, a empresa dominante é estrangeira, ou seja, como toda empresa estrangeira, seus lucros obtido em nosso país é enviado para a matriz, em outro país, assim como um grande quantidade de empregos diretos e indiretos e pagamento de impostos ficam concentrado em outro território. Se o Linux tivesse concorrendo com uma grande participação no mercado doméstico, seria possível empresas brasileiras participarem da grande batalha por clientes, criam soluções, geram lucros que ficariam em nosso país, assim como empregando mão-de-obra nacional.

Linux é envolto de lendas, fantasias e assolado por mentiras vindas de pessoas que agem, por algum motivo torpe, por má fé. Então é preciso esclarecer algumas coisas.

Linux é difícil de instalar.
Antigamente precisava ter muito conhecimento para instalar, no entanto hoje em dia é muito fácil instalar qualquer distribuição Linux voltada para o público comum (como Ubuntu, Mandriva, OpenSUSE, Fedora, Xandros, etc). É basicamente clicar em "Instalar" que o o resto é feito automático.
Linux é difícil de instalar. MITO.

É muito difícil de instalar programas no Linux.
A grande maioria absoluta dos programas se instala via gerenciador de pacotes, entrando em repositórios. Um exemplo é o Synaptic do Debian e derivados (Ubuntu, Mint, Big Linux) ou o "Adicionar/Remover..." do Ubuntu, com eles é só procurar no campo de pesquisa algo que queira instalar e deu, é baixado e instalado automaticamente.

ambém é possível instalar programas pelo pacotes referentes a sua distribuição, como .deb é dos derivados Debian e .rpm é dos derivados Red Hat, ou ainda com arquivos .sh ou .run. Tudo instalado com apenas 2 cliques (veja exemplo de instalação na parte sobre esse assunto).

Uma certa parcela de desenvolvedores, por preguiça, quem sabe, não pré-compila e não empacota os programas, mas felizmente não são a maioria, certamente você nunca precisará compilar um programa, essa é a excessão que por má fé de muitos é tido como regra, mas não é verdade.
Linux é muito difícil instalar programas. MITO.

Linux é difícil de mexer, é tudo por linha de comando.
Linux tem muitos ambientes gráficos pra escolher a vontade, os mais usados como Gnome e KDE não facílimos de mexer, os menus são muitos mais simples e organizados. Não se tem os programas todos jogados na seção "programas", eles estão divididos por categorias. Assim fica muito mais organizado e fácil de achar tudo.
E sobre a linha de comando, ela é muito pouco usada, é provável que você nunca precise usar na sua vida inteira.
Pra ter uma idéia, distribuição como Ubuntu e Madriva são sinônimos de facilidade.

Veja um teste curioso que a ZDNet Austrália fez nas ruas. Eles mostraram um Linux com ambiente gráfico KDE 4.2 mas falaram pra pessoas que era um novo Windows. Simplesmente as respostas foram:
"Achei muito bom!"
"Ficou muito mais fácil de usar, usaria sim, por que não?"
"É mais fácil de usar, definitivamente (...)"

Veja a reportagem completa: http://www.guiadohardware.net/noticias/2009-02/498C1615.html
Video com legendas em português (se não estiver aparecendo as legendas, ative-as:

Vídeo da ZDNet Austrália

Línux é difícil de mexer, é tudo por linha de comando. MITO.

Linux é muito feio.
Típica afirmação de gente que nunca usou nenhuma distribuição Linux.
Os dois mais usados ambientes gráficos já são bonitos por si só, mas podem ser personalizados, aliás, Linux é altamente personalizável. Pode-se inclusive deixar igual ao Windows ou Mac OS X.

Leia a matéria completa aqui


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