sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Essa deixo para vocês julgarem

Meu disfarce aqui é de "Au Pair", ou seja, babá e estudante.
Ao cuidar de uma das meninas de quem eu "teoricamente" tomo conta, uma vez cantei "Boi da cara preta" para ela, antes dela dormir. Ela adorou e essa passou a ser a música que ela sempre pede para eu cantar ao colocá-la para dormir.
Antes de adotarmos o "boi, boi, boi" como canção de ninar, a canção que cantávamos (em Inglês) dizia algo como:
Boa noite, linda menina, durma bem. Sonhos doces venham para você, sonhos doces por toda noite...
Eis que Catlin me pergunta o que as palavras em Português da música "Boi da cara preta" queriam dizer em Inglês:
Boi, boi, boi, boi da cara preta,
pega essa menina que tem medo de careta...

Como eu ia explicar para ela e dizer que, na verdade, a música "boi da cara preta" era uma ameaça horrorosa e mordaz? Como explicar que eu estava tentando fazer com que ela dormisse com uma música que incita um bovino de cor negra a pegar uma cândida menina que tem medo até de uma inocente careta?
Tive que mentir para ela, mas comecei a pensar em outras canções infantis porque não me sentiria bem ameaçando aquela menina com um temível boi toda noite...
Que tal: nana neném que a cuca vai pegar...?
Caramba... outra ameaça! Agora com um ser ainda mais maligno que um boi preto!
Depois de uma frustrante busca por uma canção infantil do folclore brasileiro que fosse positiva e de uma longa reflexão, eu descobri toda a origem dos problemas do Brasil.
O problema do Brasil é que a sua população em geral tem uma estima muito baixa. Isso faz com que os brasileiros se sintam sempre inferiores e ameaçados, passivos o suficiente para aceitar qualquer tipo de extorsão e exploração, seja interna ou externa. Por que isso acontece? Trauma de infância! Trauma causado pelas canções da infância.
Explicar-lhes-ei!
Me dei conta que as músicas infantis brasileiras são extremamente trágicas! Aí está a gênese de toda baixa estima do brasileiro. Nós somos ameaçados, amedrontados e encaramos tragédias desde o berço! Por isso levamos tanta porrada da vida e ficamos quietos.
Exemplificarei minha tese:
Atirei o pau no gato-to-to
Mas o gato-to-to não morreu-reu-reu
Dona Chica-ca-ca admirou-se-se
Do berrô, do berrô que o gato deu:
Miaaau!

Para começar, esse clássico do cancioneiro infantil é uma demonstração clara de falta de respeito aos animais (pobre gato) e crueldade (por que atirar o pau no gato, essa criatura tão indefesa?). E para acentuar a gravidade, ainda relata o masoquismo dessa mulher sob a alcunha de "D. Chica".
Uma vergonha!
Eu sou pobre, pobre, pobre,
De marré, marré, marré.
Eu sou pobre, pobre, pobre,
De marré de si.
Eu sou rica, rica, rica,
De marré, marré, marré.
Eu sou rica, rica, rica,
De marré de si.

Colocar a realidade tão vergonhosa da desigualdade social em versos tão doces faz com que os brasileiros tenham como algo normal essa (não) distribuição de renda vergonhosa que condena muitos à miséria e agracia pouquíssimos com uma riqueza exorbitante.
Vem cá, Bitu ! vem cá, Bitu !
Vem cá, meu bem, vem cá !
Não vou lá ! Não vou lá, Não vou lá !
Tenho medo de apanhar.

Medo! Sim, medo! Por causa desse tipo de canção os brasileiros não sentem que estão tendo sua liberdade destruída pela violência. Os brasileiros convivem com o Medo como se fosse algo normal...
Marcha soldado,
Cabeça de papel!
Quem não marchar direito,
Vai preso pro quartel.

De novo: ameaça. Autoritarismo e abuso de poder escondidos em versos aparentemente inofensivos...
A canoa virou,
Foi deixar ela virar,
Foi por causa da (nome de pessoa)
Que não soube remar.


Ao invés de incentivar o trabalho de equipe e o apoio mútuo, as crianças brasileiras são ensinadas a apontar o dedo e condenar um semelhante. Colocar a culpa em alguém é tido como mais fácil do que refletir sobre as próprias atitudes...
Que vergonha!
Samba-lelê está doente,
Está com a cabeça quebrada.
Samba-lelê precisava
É de dezoito lambadas.

Impiedade!
A moça, conhecida como Samba-lelê, encontra-se com a saúde debilitada, necessita de cuidados médicos mas, ao invés de compaixão e apoio, a música diz que ela precisa de dezoito lambadas! Essa música é claramente uma manipulação organizada pelas grandes indústrias e pelo governo, incutindo a idéia de que a doença é algo errado que deve ser punido nas cabeças das crianças brasileiras.
As grandes indústrias garantem que seus futuros empregados não lutem por direitos trabalhistas em caso de doença. A letra da música diz, em outras palavras, que um empregado doente deve aceitar ser demitido por justa causa!
Um homem bateu em minha porta, e eu abri: senhoras e senhores ponham mão no chão...
Essa música relata um assalto - incutindo a idéia de violência e roubo nos pequenos infantes!
Fui no Tororó
Beber água não achei;
Achei bela morena
Que no Tororó deixei.

Percebem o tratamento que é dado à mulher aqui? A mulher é tratada como um pedaço de carne, algo que se usa quando não tem nada melhor para fazer e depois descarta-se imediatamente...
"Sete e sete são catorze,
Com mais sete vinte e um
Tenho sete namorados
E não gosto de nenhum

Como assim 7 namorados? Eis a origem da licenciosidade e tendência à infidelidade de todos os brasileiros...
"... O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou
.."
Se não bastasse o papo dos 7 namorados... como crescer e acreditar no amor e no casamento depois de ouvir essa passagem anos a fio?
O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada;
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada.
O cravo ficou doente,
A rosa foi visitar;
O cravo teve um desmaio,
A rosa pôs-se a chorar.

Desgraça, desgraça, desgraça!!! E ainda incita a violência conjugal (releia a primeira estrofe).
C U I D A D O ! O refrão abaixo contém versos muito fortes! Talvez essa seja a mais perigosa música infantil brasileira e ao mesmo tempo, superficialmente, ela é uma das mais inofensivas!
Cai, cai, balão !
Cai, cai, balão !
Na rua do sabão.
Não cai, não !
Não cai, não !
Não cai, não !
Cai aqui na minha mão !

Essa música não só induz à uma tragédia aérea com um balão (cai, cai, balão) como também é uma óbvia e clara apologia ao suicídio! (cai aqui na minha mão)
Amigos, precisamos conter essa terrível disseminação de idéias quase demoníacas nas músicas de nossas crianças! E olha que nem precisamos tocar as músicas ao contrário, as mensagens estão lá, diretas e óbvias!

Retirado de Quatro Cantos

POLITICAMENTE CORRETO É O ESCAMBAU…

O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA

Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto. Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com a rosa. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo – o homem – e a rosa – a mulher – estimula a violência entre os casais. Na nova letra “o cravo encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada”.

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será que esses doidos sabem que O cravo brigou com a rosa faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?

É Villa Lobos, cacete!

Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim: Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.
Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.

Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil. Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.

Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado ? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão – o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil – de deficiente vertical . O crioulo – vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) – só pode ser chamado de afrodescendente. O branquelo – o famoso branco azedo ou Omo total – é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mulher feia – aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno – é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo – outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão – é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais… Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.

O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra putaqueopariu e o centroavante pereba tomar no olho do cu, cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, alegria dos homens, do velho Bach.

Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a “melhor idade”.

Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do pé junto.

Material retirado do blog de Roberto Rabat

Meu comentário:

Esta palhaçada do politicamente correto é mais um modismo importado dos Estados Unidos, onde a pessoa A não pode olhar diferente para a pessoa B, porque a pessoa B entrará com um processo para receber indenização. Tudo é motivo para um processo nos tribunais.

Tenho amigos meus que são negros e eu os chamo de NEGÃO. Eu sou careca (sou mesmo) e me chamam de aeroporto de mosquito. Nem por isso, meus amigos e eu, entramos com processo contra ninguém. Tudo depende do contesto em que os termos são aplicados.

No meu tempo, e não era um tempo ruim, a pessoa que não enxergava era chamada de CEGA. Hoje, ela é deficiente visual. Nisso o português já está deturpado. Deficente é algo que tem escassez de alguma coisa. Uma pessoa cega não tem escassez de visão, ela é desprovida de visão. Se é desprovida não pode ser classificada de deficiente. Deficiente é quem enxerga pouco.  

Palavras, palavras, palavras. As pessoas, empresas e governo querem ser politicamente corretos para serem bem vistos diante do público, mas nem sempre esta forma deles agirem reflete o pensamento real que eles tem das coisas.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Nossa Justiça Causa-me Risos

Então, aqui em Caxias do Sul um cara matou uma modelo. Confessou o crime e ainda a mãe dele confessou que ajudou a esconder o corpo. O juiz, que não é o Salomão, achou que não há necessidade de manter o rapz atrás das grades porque é réu primário, tem residência fixa, não tem processos.

Diga-se que a justiça nessa (m***a) de país é coerente. Tem político com vídeo provando que escondeu dinheiro nas calças e mesmo assim está solto.

O que é necessário neste país para alguém ser preso?

Já sei: roubar galinha ou um pote de margarina. Isso sim dá cadeia.

Desculpem minha linguagem, mas desejo que este filho da puta de juíz não tenha ninguém da sua família assassinado. Mas, se isto ocorrer, quero ver se ele acha que o assassino tendo residência fixa merece ficar solto.

Um certo general francês disse um dia: “O Brasil não é um país sério”

Quero que você se foda juíz filho da puta.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Compre Bem e Barato