quinta-feira, 20 de março de 2014

A Blindagem Do Crime Econômico

Fausto M. De Sanctis
03/05/2011
O Senado Federal aprovou, em 7 de abril, o substitutivo ao Projeto de Lei nº 111, de 2008, da Câmara dos Deputados, que altera dispositivos do Código de Processo Penal (CPP) relativos a medidas cautelares como a prisão processual, a fiança e a liberdade provisória. A proposta, que na Câmara tramitou sob o número 4.208, cria medidas alternativas à prisão preventiva - mantida, porém, a prisão especial para autoridades e determinados profissionais.
O texto, que agora depende apenas da sanção da presidente Dilma Rousseff para entrar em vigor após 60 dias, consagra, no que se refere aos presos, o monitoramento eletrônico mediante concordância, a proibição de frequentar determinados locais ou a de se comunicar com certas pessoas e o recolhimento em casa durante a noite e nos dias de folga. A prisão, de fato, só se aplicará aos crimes considerados “de maior potencial ofensivo”, ou seja, aos crimes dolosos com pena superior a quatro anos ou nos casos de reincidência. Além disso, o projeto aprovado amplia os casos de concessão de fiança.
Alardeia-se que essas alterações no Código de Processo Penal diminuiriam o índice de presos provisórios existentes no país, que hoje chegaria a 44% da população carcerária atual. De fato, sua aprovação afastaria a possibilidade de prisão nos casos de crimes graves consumados, como o crime de quadrilha ou bando; autoaborto; lesão corporal dolosa, ainda que grave; maus tratos; furto; fraude; receptação; abandono de incapaz; emprego irregular de verbas públicas; resistência; desobediência; desacato; falso testemunho e falsa perícia; todos os crimes contra as finanças públicas; nove dos dez crimes de fraudes em licitações (o remanescente tentado), contrabando ou descaminho.
Com a vigência da norma, a prisão estará praticamente inviabilizada no país.
O projeto aprovado no Congresso Nacional também prevê o descabimento da prisão nos crimes tentados de homicídio, ainda que qualificado; infanticídio; aborto provocado por terceiro; lesão corporal seguida de morte; furto qualificado; roubo; extorsão; apropriação indébita, inclusive previdenciária; estupro; peculato; corrupção passiva, advocacia administrativa e concussão; corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Também estariam afastados da prisão os autores de crimes ambientais e de colarinho branco - sejam consumados ou tentados - e ainda parte dos crimes previstos na Lei de Drogas, inclusive os casos de fabricação, utilização, transporte e venda tentados.
Em outras palavras, a prisão estará praticamente inviabilizada no país, já que se exige a aplicação, pelo juiz, de um total de nove alternativas antes dela, restringindo-a sensivelmente. O legislador resolveu “resolver”. O crime econômico e financeiro, em quase toda a sua extensão, ficou de fora. Aos olhos do legislador, o crime econômico não seria grave. Seria correta a concretização de um garantismo que nem o jurista e filósofo italiano Luigi Ferrajoli seria capaz de idealizar? Seria o direito penal do amigo? Por outro lado, o Congresso manteve a prisão em condições especiais para autoridades e para os detentores de diploma de curso superior. Temeu excesso de poder - preocupação, aliás, que não se observa para os que não detenham a benesse processual.
Se o projeto aprovado for sancionado e se tornar lei, vislumbra-se um processo penal de secessão, que representará um meio certo de alcançar um resultado, longe, no entanto, de constituir um instrumento legítimo. Trabalhar-se-ia com a ideia de que se não é bem entendido, não se reage, consuma-se e fulmina-se. O argumento de que “sempre foi assim” não pode paralisar o indivíduo e a sociedade e instrumentalizar o legislador. Exige-se uma forma de agir que nasça no âmbito de cada um, refletindo no tecido social e político, no qual “servir” dê o tom e não “ser servido”. Deferência aos atributos de honestidade, exemplaridade e respeito.
A democracia concretiza-se apenas quando quem toma decisões o faz em nome do interesse de todos. Educação, consciência cívica e cultura da licitude hão de ser a base para a virada real do país rumo ao futuro que desejamos, no qual as pessoas tomam a luta para si e sirvam de exemplo. Um lugar onde aves de rapina não mais encontrarão farelos humanos. O progressivo entendimento passa a ser senso comum. Aí sim a prisão cautelar encontrará o tratamento necessário. Um instrumento que, embora lamentável, é útil. E, principalmente, destinado aos graves crimes sem exceção, sujeitando todas as pessoas, independentemente do status econômico, social ou político.

Meu comentário:
Você está perplexo? Pois não fique. Ainda tem coisa pior que virá a tona quando menos esperarmos. As instituções deste país estão falidas. Este país como nação está falido. Só falta entregar as chaves ao próximo proprietário.

Brasil, Ame-o ou Deixe-o......Fui.....

Alguém, em sã consciência, acreditava que Cesare Battisti seria extraditado?
Mais uma vez nossa justiça provou porque veio.
Mas, o que poderíamos esperar de um governo que só tem bandido; de um congresso que só tem ladrão de carteirinha; de um Tribunal Superior que já soltou vários bandidos do colarinho branco?
Nesse país vale a máxima: Só vai preso ladrão de galinha.
Aí, quando soldados fazem chacota com um símbolo nacional não sabem porque. Que respeito ter por uma pátria que tem todas suas instituições estupradas diariamente por pessoas que deveriam estar aí justamente para defendê-las?
Teria o povo que ser o soldadinho do passo certo? Porque?
O Pallocci nem precisou provar que é inocente.
Agora, em São Paulo querem aprovar uma lei em que será proibido entrar com ações contra parlamentares. Eles estariam acima da lei?
Este país não tem mais solução. Porém, temos que lembrar que toda esta corja sai do meio do povo. Eles são uma pequena amostra do todo.
Somos um povo que sempre quer levar vantagem. Então, quando chegamos lá é só o que fazemos e é só o que nos interessa.
Porque não há solução para este país? Porque somos nós que colocamos esta corja lá e somos nós que votaremos novamente neles, pois nos vendemos por um vale gás, um bolsa família, um saco de feijão.
Somos um povo que não participou da independência do país. Até nossa independência foi um ato burocrático realizado apenas por quem estava no governo; sem a nossa participação. É por isso que em sete de setembro não comemoramos a independência, comemoramos apenas o feriado. Dá até inveja dos Estados Unidos; lá eles realmente comemoram, pois participaram das batalhas pela independência e sabem quanto sangue isto custou.
Meu caro Gilberto Dimenstein, como você estava certo: “O Brasil é uma nação de espertos que, juntos, formam uma multidão de idiotas.”
Caminhamos rapidamente para a destruição de uma nação. E pensar que esta nação já teve um Ruy Barbosa. Como decaímos.

A Difícil Vida de Técnico de Informática

Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “
Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “
Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “
Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “
Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “
Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “
Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “
Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “
Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “
Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “
Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “
Há uma frase que ouvi algumas vezes que se não é ainda um ditado, um dia será :

“não saber não é pecado, pecado é não querer aprender” . Com usuários de computador se vivencia muito este tipo de situação. Este caso (ou seria um “causo”?) que vou contar ilustra bem isso, bem como certo despreparo pode fazer um gigante estrago.

Aconteceu em uma empresa grande (não posso contar para não criar constrangimentos). Faz alguns anos (não muitos). Como dizem alguns amigos aqui do Fórum PCs eu tenho um imenso imã para atrair essas encrencas!! Eu realizava um trabalho na empresa quando um diretor apareceu esbaforido dizendo-se com dificuldades para instalar um programa. Como a pessoa de suporte não estava no momento eu todo solícito perguntei se podia ajudar de alguma forma. Eu estava ali para avaliar um sistema ERP,mas afinal o que me custaria prestar ajuda àquela pessoa, pelo bem de minha relação com a empresa?

Ao me aproximar vi que o software em questão sendo instalado era um visualizador de algum tipo, parecia ser de arquivos de CAD, AUTOCAD ou algo semelhante. Estava aparecendo uma mensagem em inglês muito estranha. Mais parecia um bug do software. Mas dava para perceber que era algum tipo de recurso esgotado. Ao clicar no OK apareceu outra mensagem, esta sim bem inteligível que dizia algo assim “Espaço em disco insuficiente. Foram localizados 200 Mbytes de arquivos na lixeira. Clique OK para apagar estes arquivos e continuar a instalação” . Eu li em voz alta a mensagem, traduzindo para português e não tive dúvidas! Imediatamente cliquei no único botão que havia na tela, o OK. Segue abaixo o diálogo bizarro que se seguiu a esta minha intervenção :

Você apagou a minha lixeira?!!!

O programa de instalação mandou apagar para poder continuar.

Eu não acredito!! Você não pode ter feito isso!

Não tem problema, na lixeira só tem arquivos apagados.

Não!!! Todas as minhas coisas importantes ficam guardadas na lixeira. Se meus arquivos sumiram você é o responsável!

Mas como alguém guarda coisas de valor na lixeira. Por acaso com seus documentos pessoais, você faz isso? O senhor guarda a escritura de sua casa, sua certidão de casamento, a certidão de nascimento de seu filho na lata de lixo de sua casa??

Você não entende nada mesmo. Fico surpreso por alguém assim estar prestando serviços aqui!! É óbvio que a lixeira é o lugar mais seguro do computador!!

Sinto muito mas não concordo e não faço idéia do que o senhor está falando.

Incompetente!! Eu jamais deveria ter deixado qualquer um por a mão em meu computador!

Calma senhor, vamos entender o que está acontecendo. Porque a lixeira é o melhor lugar para guardar seus arquivos importantes?

Isso é óbvio, cristalino!! Só você não sabe! Descobri isso no dia que acidentalmente apaguei uma série inteira de arquivos. Fiquei desesperado! Saí clicando os todos os lugares. Quando achei todos os arquivos ali, percebi que arquivos apagados eram guardados naquele lugar. Como não dá para apagar um arquivo já apagado, é evidente que a lixeira serve para isso, para guardar os arquivos que não se quer apagar. É o lugar mais seguro!

Senhor isso é um imenso mal entendido. A lixeira serve para outra coisa, serve para …blá, blá, blá, blá (e haja blá para explicar tudo para o sujeito)

Não quero nem saber, isso é um monte de bobagens. Uso assim há um tempão. Se meus arquivos não aparecerem quem vai ter problemas sérios aqui é você. Tem todo meu planejamento anual e planos de ação de minha equipe… Tenho reunião com a presidência hoje. Vire-se, quero meus arquivos!!

Vou parar o diálogo por aqui. Deu para ver que a coisa foi feia. Com muita calma eu argumentei de todos os jeitos que podia. Ele por sua vez pedia que outras pessoas da empresa confirmassem seu modo de trabalho. Várias pessoas já tinham se aproximado do “local do crime” porque o digníssimo senhor começara a berrar comigo e isso atraíra a curiosidade da “galera”. Ficou evidente que as pessoas sabiam que o tal diretor estava errado, mas ninguém queria contrariá-lo. Ele questionou um deles que para não se complicar respondeu algo assim:

Bem eu guardo meus arquivos em pastas normais mas a idéia da lixeira é muito boa. Foi uma ótima sacada essa sua senhor XXXX (nem vou declinar seu nome). Parabéns pela idéia.

Como dizem por aí “o saco do chefe é o corrimão do sucesso”. Puxa saco, o fulano não contrariou seu superior, bem como mais um ou dois que também foram inquiridos.

O final da história foi trágico. Claro que os arquivos foram irremediavelmente perdidos, pois nem mesmo o mais poderoso software de “unerase” conseguiria recuperar as informações. Quando o software sendo instalado limpou a lixeira o espaço usado pelos documentos foi imediatamente sobregravado com os arquivos do programa. Sei que alguém vai dizer que talvez a CIA ou o FBI pudessem ler as informações gravadas anteriormente através de uma análise magnética sofisticada. Mas isso não era recurso que eu conhecesse nem mesmo tivesse à minha disposição naquela ocasião.

Claro que ele não tinha backup dos arquivos, salvo um ou outro arquivo que estava perdido no HD em pastas convencionais e alguns fragmentos que consegui recuperar dentre os temporários do Windows. A área de TI da empresa tinha recomendado o uso da rede para arquivos críticos (lembrando que arquivos da rede são backupeados diariamente). Mas ele preferia a sua amada lixeira…

Fui espinafrado, quase linchado, sem exageros. Ainda voltei a esta empresa por mais algumas vezes, sempre preocupado se encontraria meu algoz, meu carrasco. Meu trabalho ia bem, mas eles resolveram cancelar minha participação. Nunca vou saber se o projeto em questão deixou de ser estratégico para a empresa ou se por razões ocultas (nem tão ocultas assim) minha cabeça foi encomendada e defenestrada da mesma. Acredito que apesar da imensa injustiça teria sido esta última razão. Aprendi do pior jeito a lição, ou melhor, as lições :

“Jamais oferecer ajuda de bom grado a desconhecidos”

“O chefe sempre tem razão, não importa quão boçal ou bizarra seja a besteira que ele fez ”

“E finalmente-a corda sempre estoura do lado mais fraco “

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