O monstro que atropelou um ciclista, arrancou-lhe o braço, fugiu sem prestar socorro e ainda jogou o braço num córrego, recebeu uma pena de seis anos em semi-aberto e uma multa de "um" salário mínimo, mas pode recorrer em liberdade.
Na situação acima, onde fica aquilo que chamamos de justiça?
É claro que ele tem uma atenuante: o fato ocorreu no país das bananas. Porém, fico a pensar se não é o caso de jogar para cima tudo o que aprendemos sobre justiça e leis. Aliás, para que leis, se estas, para serem cumpridas, tem que passar tantas etapas, que levam anos para finalmente serem aplicadas na prática ?
O monstro cometeu quatro crimes em sequência e ainda pode responder em liberdade ? Onde está a justiça nisso ?
Este é o retrato de um país falido em todos os setores básicos: educação, saúde, segurança e governamental. Somos piores que o velho oeste retratado em filmes de Hollywood.
Um mero cidadão poderá ser preso se desrespeitar um funcionário público no exercício de suas atividades, mas atropelar e fugir não dá nada. Tem alguma coisa de podre no reino da Dinamarca. Algo muito obscuro está sendo engendrado e entalhado em nossas mentes para que aceitemos estes fatos como coisa corriqueira.
Não me resta muito tempo aqui nesta dimensão. Não estarei aqui para ver a queda de um falso império, dominado por pessoas sem honra alguma. Engravatadinhos com suas togas, como se fossem seres supremos e donos de toda a verdade.
Quem melhor representou a justiça neste país não foi o "Sr." Joaquim Barbosa, mas seu antepassado distante, Rui Barbosa, que a exatos 100 anos proferiu:
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." (Rui Barbosa - 1914)
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